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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Reflexão apresentada por Braudel sobre o tempo no texto a longa duração


Braudel apresenta uma crítica ao modelo histórico tradicional que tem como base apenas a história do tempo breve, ao evento em si mesmo, o autor mostra certa preocupação com a curta duração, ao evento em si mesmo, e apresenta a ideia onde a ciência histórica deve tomar como base o tempo longo , na medida que “ o historiador dispõe seguramente de um tempo novo, elevado á altura de uma explicação onde a história pode tentar inscrever-se, dividindo-se de acordo com referências inéditas, segundo essas curvas e sua própria respiração”(Pág.48) nunca o acontecimento em si, o acontecimento de curta duração, pois este não passa de aparência que pode ser a mais enganadora das durações, aqui percebe-se a ideia de uma “nova historia.” Nesse sentido o autor apresenta novas formas na narrativa histórica, não apenas a do tempo curto, mas com uma duração de tempo maior, sejam meses, anos e até séculos.
Braudel faz uma crítica à história de curta duração, porém diz que o tempo curto é fundamental para consolidar uma história de longa duração, sendo que a ruptura com a história ocorrencial não foi definitivamente uma ruptura com o tempo curto, e sim a apresentação de novas formas de se relacionar com o tempo.
 O tempo curto, ou seja, o evento é a primeira forma de concepção histórica, no entanto os fatos miúdos não apresentam uma realidade total dos acontecimentos, mas é a base para a reflexão científica.
O tempo para Braudel é a construção da história para o historiador, como deixa claro que “para o historiador, tudo começa, tudo acaba pelo tempo, um tempo matemático e demiúrgico, do qual seria fácil sorrir, tempo como que exterior aos homens, “exógeno”, diriam os economistas, que os impele, os constrange, arrebata seus tempos particulares de cores diversas: sim, o tempo imperioso do mundo. (Pág. 72). Nesse sentido o historiador se preocupa com as durações, onde à passagem do tempo curto ao longo, sendo o tempo a principal ferramenta utilizada por ele, mas esse tempo se difere do tempo dos sociólogos na medida em que estes podem “...à vontade cortar, fechar, recolocar em movimento.”( Pág. 73).
A preocupação do historiador é o entrecruzamento dos ciclos, dos acontecimentos da vida material e das diversas formas de ruptura de um tempo ao outro, já os sociólogos escapam a essa preocupação, pois concentram seus estudos no presente, ou seja, entendendo sempre como um momento atual ou em construções estruturais intemporais de compreensão.
De certa maneira pode se dizer que o autor durante toda a sua escrita apresenta novas formas de se pensar o tempo através de novas perspectivas de avaliações dos fatos através da história de longa duração, analisando os fatos mais bem elaboradas principalmente a partir dos documentos, sendo assim,  critica a história tradicional, que tira dos eventos de curta duração tudo para  explicar uma sociedade, portanto enganosamente pensam que um evento sendo mais próximo pode ser mais compreendido por se apresentar características semelhantes ao presente. 

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